«O cérebro é o meu segundo órgão favorito...» Woody Allen

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Emilie








Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei-de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente, reparei
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

Álvaro de Campos

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada, pelo poema :)

É lindo :)

Estou longe de Lisboa, mas... As estrelas brilham em qualquer lugar e esta noite, eu vou sonhar, sim... Esta e todas as outras que estiverem para vir :)

Um beijo* H. :)

gira disse...

apenas para dizer que a tua atitude com este post foi 5 estrelas...
Beijinho